segunda-feira, 22 de maio de 2017

PEDRO BAROSO RECEBE MEDALHA DA SPA

PEDRO BARROSO, autor, compositor e cantor, é distinguido hoje pela Sociedade Portuguesa de Autores, com a Medalha de Honra no âmbito das comemorações do “Dia do Autor”, que decorrerá hoje pelas 18h.

Um merecido reconhecimento pelo seu percurso artístico.

Para definir este fantástico novo disco, com poemas, músicas, produção e Direcção musical de Pedro Barroso nada melhor que citar o que o proprio escreveu:.

Artes do futuro é uma espécie de “Manual de sobrevivência” para sonhadores.

 Nele se registam, mais propriamente, doze sonhadores e um vigarista. Eu explico.

Baseada em aturados estudos e arriscadas experiencias sem credibilidade alguma, a excêntrica criatura que se propôs tão peculiar empreitada, tentou observar pessoas, factos e exemplos vários, aleatoriamente recolhidos em passados, presentes e futuros, com seus diversos modos de viver. Ora bem.

De facto, em todos os temas abordados, respectivos heróis e seus velados conselhos, ressaltam a fantasia positiva, o aprumo de coragem, o anseio de um amanhã melhor, uma crença de probidade futura, uma teimosa busca, amor pela verdade, sonho de perfeição.

Enfim, poetas…- Vossências perdoarão.

Tal houvera de aplicar-se, urgentemente, ao homem público. Mas reside ainda, talvez, no íntimo de alguns de nós. Os que ainda temos mantido o saudável exercício de acreditar em tão improváveis prodígios através dos tempos. E - até no menos recomendável caso de um megalómano e engenhoso Comendador - há, de certo modo… fantasia. Menos positiva, é obvio, e ditada pela cupidez. Mas todos sabemos que o mundo não é perfeito.

Face às malfadadas e desditosas ocorrências limite que enfrentou, o debilitado autor deste manual, provavelmente, terá algum permitido conhecimento técnico para falar de certas matérias - tais como a brevíssima validade de prazos, datas, passaportes, carimbos e planetas para este acto tão exótico de existir.

Que deve ser vivido em pleno, portanto, dada a sua confirmada transitoriedade.

Somos, com efeito, sempre bem mais efémeros, provisórios, frágeis e breves do que desejávamos. E ficamos sempre aquém do sonho que para nós mesmos tínhamos preparado. A meio caminho de tudo o que ainda há-de haver. Injustiças.

Partimos quando começávamos, timidamente, a vislumbrar alguma coisa.

Mas o árbitro das madrugadas assim o determina.

Deixamos, pois, aos vindouros, muitos rumos colectivos por desbravar. Em que não fomos, está visto, competentes. E, despudoradamente, a História nos sonegará a nossa sede imensa de sucessos e glórias transcendentes. Obrigando-nos à mais plebeia arte de enfrentar um diário resistir. Com nossas hipócritas mentiras e nossos irrisórios paliativos.

E a tal cidade nova, a catedral maior, a sociedade justa, o futuro perfeito, ficam sempre para amanhã. Utopia, talvez. Há quem lhe chame Sonho, outros Liberdade. Pormenores, claro.

Entretanto, ciclicamente, outros visionários virão. E outros ainda.

E farão versões doutras Artes do Futuro. Rumo ao tal dia luminoso; o que vai recompensar-nos de termos escarpado tanto promontório. E de, eventualmente, ter valido a pena sonhar.

Pois é esse dia - em que nos sentaremos à mesa com o Futuro - que nos virá dar razão.

E só então os velhos navegantes poderão, enfim, repousar.

Para festejar este tão desejado regresso, o teatro Tivoli e o Coliseu do Porto esgotaram para ouvir e aplaudir o autor, o músico, o cantor que indiscutívelmente pelo seu talento, pela sua obra não pára de nos surpreender.

Um canto à vida, o toque nobre e mágico naquilo que compõe e que escreve à sua maneira que nos transforma, nos engrandece, nos faz acreditar!
 

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